GR69 - Grande Rota das Aldeias Miticas

4ªEtapa














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4ªEtapa

28 Abril

Canhestro – Pedrógão Grande

Tipo de Etapa: Alta Montanha

Kms: 92,3 Kms

Media: 11,8

Tempo Movimento: 8:10:13

Tempo Total: 11:28:53

 

Como sempre acordei cedo (7H). Dormi muito bem, mas quando me levantei senti logo que as pernas não estavam a 100%. Pensei que depois de bom banho e de umas massagens fica-se melhor.

Depois do pequeno-almoço da praxe, comecei a 4ªetapa às 8H30

Esta era a etapa Rainha. Aquela que tinha mais medo de enfrentar. Eram duas subidas a mais de 1000 metros em plena Serra da Lousã, com trilhos muito técnicos e íngremes.

Já sabia que iria sofrer, mas nunca pensei que tanto.

Os primeiros 10 kms são maravilhosos. Até ao Rio Alva é sempre a descer.

O tempo estava com muito má cara. Mas como pensei que não iria chover, não levei o impermeável.

Sabia que a partir dos 12 kms iria começar a subir, não pensava é que era tanto e tão duro. Fiz praticamente toda a subida com a bike à mão, o que me afectou e muito fisicamente. Empenei ao km 17 e a partir desse local foi só sofrer até ao fim.

Quando estava quase a chegar ao fim da subida, começou a chover e fazia um frio enorme. Estava num estado muito mal. Tive que tomar uma decisão. Para que não ficasse com o corpo gelado na montanha, desci até Arganil para ir buscar o impermeável. O que me provocou um desgaste maior, porque depois tive que voltar a subir para apanhar de novo o Track.

Foi o chamado Mega Empeno.

As famosas paragens de 20 cm e 20 cm estiveram presentes.

Lá consegui com muito esforço chegar ao cimo da montanha.

Sabia que até ao Km 61, era um sobe e desce no cimo da montanha. Como o desgaste era muito, não deu para apreciar muita coisa, nem para tirar muitas fotografias. Todos sabemos quando estamos empenados. Os olhos só vêem a roda e só queremos que acabe o sofrimento.

Antes de chegar ao km 61 lá consegui desempenar um pouco, porque o track era a descer. Apesar de que muitas vezes descer custa mais que subir.

Cheguei ao kms 61, que era a parte mais baixa do track nesta primeira parte, e deparei com os Penedos de Góis. É assim uma cena do outro mundo.

Fiquei algum tempo naquele espaço.

Sabia que de seguida tinha que subir ao StºAntónio das Neves, a mais de 1000

metros de altitude.

A subida é muito longa, mas em piso bom e em forma de Cobra. Custou-me muito, mas não tanto como a primeira subida do dia.

Quem chega lá acima, depara com uma realidade completamente diferente. Quem manda naquela zona é o silêncio. As paisagens são simplesmente arrebatadoras. O nosso cérebro fioca anestesiado com tanta beleza.

Sinceramente não estive lá muito tempo. Fazia frio e estava com ar de chuva.

Esperava-me uma descida de muito kms. Sempre com muita pedra, tive alguma dificuldade. Estava muito preocupado em não cair. Como estava muito cansado era uma possibilidade muito grande. Se caísse no meio do nada e se me aleijasse não seria fácil em irem-me buscar. Nem eu próprio sabia onde estava. A única solução era dar as coordenadas de GPS.

Este é um Grande Perigo de fazer uma Grande Rota ou Travessia sozinho. A segurança. Mas não podemos abdicar dos nossos sonhos, se não, não sairíamos de casa.

A descida é muito técnica, mas consegui chegar ao vale. Tinha ainda uns bons quilómetros pela frente até Pedrógão Grande.

As pernas não se queriam mexer, o coração batia rápido, simplesmente a bike não andava.

Ainda vi uma placa a dizer Senhor do Aflitos. Era mesmo para ai que eu queria ir, mas depois de verificar o Track, a direcção era a oposta.

Foi com grande satisfação que avistei a Placa de Pedrógão. Já estava mais que satisfeito.

É uma etapa não aconselhada a Bttistas. Muito, muito dura. Só para quem gosta mesmo de sofrer, apesar de um dia gostar de a tentar fazer de novo numa etapa individual e não incluída numa Grande Rota, talvez a experiência seja outra.

Quando cheguei à Residencial, nem forças tinha para transportar as coisas para o quarto, nem me apetecia tirar a roupa. Fiquei simplesmente imóvel durante 40 minutos na cama.

Depois de um bom banho e de umas massagens. Estava na hora de colocar a etapa para trás e ir jantar à grande.

Existir uma festa em Pedrógão e por lá umas tasquinhas.

Boa comida regada com o melhor vinho da região.

Depois foi mesmo partir para o quarto e dormir seguido até ao outro dia.

 

 

Notas:

Pequeno Almoço: Sandes Marmelada, Bananas e Néctar Pêssego

Almoço: 2 Bifanas, 1 banana, 1 néctar pêssego

Jantar: Carne de Porco à Portuguesa

Barras consumidas durante o dia: 5

Agua consumida durante o dia: 6,5 litros