MegaTour 2007 2ªEtapa |
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2ªEtapa 2 de Novembro 2007 Mértola - S.Bartolomeu Messines Kms: 200.2 kms Como sempre
o relógio despertou às 6h da manhã. Em todas
as etapas, excepto a primeira, era a esta hora que tocava o despertador. Era curioso
que o despertador nem chegava a tocar. O relógio biológico encarregava-se de despertar os neurónios para mais uma etapa da
MegaTour. Curioso
era observar as caras dos Riders logo pela manhã. Alem de um longo sorriso, os cabelos em pé, as coçadelas normais, os olhos
inchados, as dores musculares, fazem parte do aspecto nos primeiros minutos de um novo dia. A noite
foi difícil no quarto do trio maravilha. Alem de princípios de sonambulismo, existia um “animal” que ressonava
que nem um porco. Só mesmo os tampões conseguiram levar para longe esse barulho massacrante. Nesse dia
tínhamos direito a pequeno-almoço na Residencial. Esperávamos
iniciar a etapa às 7H15. O Objectivo era Sagres e os seus 275 kms de ligação. A mulher
do pequeno-almoço atrasou-se e só iniciamos a etapa às 8H10. Depois de
colocar gasolina nas máquinas em Mértola, começamos a que talvez tenha sido a melhor etapa da MegaTour. Digo talvez, porque
todas foram de altíssimo nível, não existindo uma diferença muito grande entre elas em termos de espectacularidade. Depois de
alguma dificuldade em conseguir encontrar a parte inicial do Track, lá seguimos por um trilho espectacular no meio de uma
montanha perto de Mértola. Ao fim de
5 quilómetros existia uma ponte onde deveríamos passar. Infelizmente a mesma estava intransponível. Tivemos que voltar a Mértola
e fazer cerca de 7 quilómetros por estrada, até de novo entramos no Track. Rapidamente
percebemos que os trilhos tinham mudado de aspecto. Tínhamos deixado a Planície e entrado em Media Montanha. Tínhamos deixado
o piso rolante e estávamos agora em piso de alguma pedra. Teríamos
que fazer 25 quilómetros até entramos no Track do Dakar. Rapidamente foram feitos a um bom ritmo e sem problemas. O Sol estava
maravilhoso, mas o frio de princípio do dia, fazia-se sentir. Era curioso que até ás 10H/11H todos tinham as camisolas e os
gorros vestidos, a partir dessa hora era só vê-los despir, ficando só com uma camisola e o casacoTT. Estamos
um pouco preocupados com a autonomia em termos de gasolina nesta etapa. De Mértola até Messines eram 200 kms e não sabíamos
se iríamos encontrar posto de abastecimento pelo caminho. Felizmente no meio do nada, apareceu uma aldeia onde existia um
posto da Avia. Fizemos uma paragem bastante prolongada, onde o cafezinho esteve presente. O Helder aproveitou e verificou
o ar dos pneus. Sentia que tinha uma roda a perder ar. A partir
desta paragem começaram a aparecer os problemas mecânicos da espectacular mota do André. A Grizzly começou-se a queixar do
Fígado e era frequentes as paragens para resolver o problema. O Tiago, mecânico de serviço, sempre conseguiu colocar a mota
a trabalhar, mas a mesma acabava por ir sempre a baixo Primeiro trocou-se a vela, mas verificou-se que o problema poderia
ser da parte eléctrica. Claro que o ambiente ficou muito tenso. O André queria a todo custo colocar a mota a trabalhar e o
Tiago lixado com a situação, quase que se pegavam à estalada. Esteve mesmo para acontecer uma cena de pancadaria entre os
participantes da MegaTour, tamanha era a tensão naquele momento. Depois de
mais de 15 paragens e “perder” 3 horas a tentar reparar a mota, foi resolvido pelo André “abandonar”
a MegaTour. O Grupo ficou triste, mas era o melhor. Tiago pegou
na corda e rebocou o André até Salir. Foi uma aventura, o rebucanço. O Tiago
cagou na segurança do André e foi bem depressa a rebocar a Grizzly. O resultado, foi uma viagem de 7 quilómetros de pura adrenalina
por parte do André. Depois de
vários telefonemas o André e a Yamaha Grizzly estava prontos para serem rebucados pela assistência em viagem. Depois dos beijos
e abraços de despedida, fomos comer uma bifana num café em Salir. Éramos agora 5. Saímos rapidamente
de novo até ao Track. Ainda tínhamos em mente ir até Sagres. Esta etapa
é caracterizada por trilhos de Sonho para moto4. A Serra do Caldeirão deixou-nos de boca aberta. Autenticas pistas no meio
do nada. Não são estradões, mas também não são trilhos fechados. São mesmo trilhos ideias para os Moto4. O adiantar
da hora já se fazia sentir. O ritmo aumentou, criando mesmo um fosso entre os participantes. A verdade é que os trilhos eram
brutais e não conseguíamos rodar a velocidade de expedição. Enrolamos o punho e durante muitos quilómetros fomos a queimar
gasolina à seria. O crepúsculo
aparecer e nós paramos as motas. Um pôr-do-sol nunca antes visto. No meio do nada, registamos uma fotografia mental de beleza
indescritível. Ficamos parados durante 15 minutos a olhar aquela beleza natural e perguntar como seria possível?. Acabou por
cair a noite e chegamos à conclusão que era impossível fazer a etapa até Sagres mesmo por estrada. Decidimos ficar a dormir
em S. Bartolomeu de Messines. Ficou também
decidido que faríamos o resto por trilhos. Pensávamos
que estávamos perto, mas afinal ainda andamos durante quase duas horas de noite. Perto de Messines os trilhos mudaram um pouco.
Ficaram mais técnicos e mais fechados, o que levou a demorar mais tempo a conquista-los. A verdade
é que não tínhamos nada marcado para dormir. Iríamos à aventura, à procura de uma cama. Quando chegamos
á Messines perguntamos onde existiam dormidas. Foi-nos informado que existia uma Pensão dentro da Vila e uma Residencial fora
da Vila. Fomos ver
a pensão. Jorge e o Helder, foram analisar as condições da mesma. Este foi
o encontro de 3ªgrau do dia. Entramos numa casa onde tinha a mesma decoração desde os anos 20. A dona era uma velhota pálida
quase morta, sentada numa cadeira a tentar acertar no número do quarto que nos iria mostrar. Quando entramos
no quarto ficamos abismados. Quartos minúsculos, camas do século passado, ambiente degradante e fios eléctricos por todos
lados. O melhor
ainda estava por vir. A casa de banho com os seus azulejos todos partidos, o penico também estava presente. Estavam pelos
púbicos dentro da banheira, e a mesma estava com partes de esmalte arrancado. Jorge e
o Helder disseram logo que queriam ficar na Pensão. Iria ser realmente mítico ficar naquela casa que deveria ser também assombrada. Depois de
uma pequena discussão com o resto do Povo, resolvemos ir ver a Residencial. Andamos
quatro quilómetros para fora da vila e encontramos uma casa com restaurante muito engraçada. Depois de ver os quartos, conseguimos
negociar um quarto onde dormimos todos ao molho. Foi o melhor que nos poderia acontecer. O André
resolveu aparecer e dormir com o Povo. O rapaz até estava motivo, dentro do possível. Depois de
beber umas cervejas antes e depois do banho, fomos jantar no Restaurante da Residência. Adivinhem o que era o jantar. Bitoque,
claro. Mais umas
cervejas ao jantar, com muita risota e alegria no ar, o João Pestana rapidamente de apoderou dos Riders. Se fossemos
cada uma para o seu quarto de certo adormecíamos na hora, mas a verdade é que fomos todos para o mesmo quarto e as aventuras
mais estranhas da MegaTour começaram a aparecer. Todos queriam
dormir, mas as piadas eram tantas que foi difícil pregar olho. Já bastante tarde o quarto começou-se a calar. É muito giro
ser o ultimo a adormecer. Dá para ver as expressões e os tiques de cada pessoa. Quem adormecia sempre primeiro era o Nuno. No meio
da Noite deu-se o caso Ficheiros Secretos da MegaTour. Helder em
actividade sonâmbulesca, levantou-se tipo pau e começou a gritar sozinho. Todos rapidamente se deslocaram para debaixo dos
lençóis, pensado que o Helder pertencia a alguma organização terrorista. O homem a dormir, estava a andar pelo quarto de um
lado para o outro, a gritar. Jorge apercebendo-se da gravidade da situação, atacou gritando. “O
que isto …. O que é que tu queres?” A verdade
é o Helder respondeu de forma mansinho “ peço desculpa ….” e deitou-se como se nada tivesse acontecido. Ainda hoje
temos duvida se ele acordou ou não. Nem mesmo o Hélder se lembra. A seguir
a este episódio macabro, vieram os peidos do costume. Enquanto
uns cheirava o seu próprio cheiro, outros sonhavam com os trilhos maravilhosos que iriam encontrar no dia seguinte.
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