MegaTour 2007

3ªEtapa














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Dia 3

3 de Novembro de 2007

Tipo de Etapa: Plana e Media Montanha
S.Bartolomeu Messines - Praia da Galé (Comporta)
238.7 kms
41.3 km/h Média
Total Movimento: 5:16:10
Tempo Total: 10:13:27

Depois de um longa noite a lutar contra sonâmbulos e engenheiros do peido, o telemóvel tocou e a malta dançou.

O acordar não custou nada. O que custa é mesmo olhar para o vizinho do lado.

 

Já é o terceiro dia em que todos não faziam as barba e o espelho já começa a engelhar a cara quando olhamos para ele. Agora sim, depois de uma noite, todos ao molho e fé em deus, com a barba por fazer e alguns já a usar as bela cueca à três dias, podíamos dizer à boca cheia. SOMOS PORCOS SELVAGENS.

 

Olhamos para o quarto e parceria mais uma pocilga. Era roupa por todo o lado.

Casacos, botas, calças e sacos estavam espalhados e ninguém queria saber. Bem tentamos levar uma amiga para nos fazer os trabalhos e casa e outros ….. mas não sei se era pela pinta dos Riders ou  pela beleza, ninguém quis aceitar.

Ás 6H30 já estávamos de roda das motas. Uns davam-lhe beijos, outro lubrificava-as, outros apertavam os esticadores.

 

O André que estava de partida para casa, sacou do seu saco de viagem, fiambre, queijo e pão. Foi a loucura. Um grande pequeno-almoço, à porta da Residencial. Cheirou-nos que o material estava fora de prazo. As gazadas começaram antes da etapa.

 

Todos de olhos em lágrimas despedimo-nos do André e partimos direitos ao Posto de Abastecimento de Messines.

Enquanto uns abasteciam, outros tomavam o segundo pequeno-almoço.

Chegou a hora da verdade. Decidir o que fazer com esta etapa. Uns queriam seguir até Sagres, outros queriam cortar caminho e seguir até Sabóia. Depois de mandar a moeda ao ar, resolvemos ir até Sabóia. A verdade é que era impensável ir até Sagres e depois seguir até Comporta. Era qualquer coisa como uma etapa de quase 400 kms.

 

Rodamos a uma velocidade de expedição durante vários quilómetros até que aconteceu o que ninguém queria. A mota do Helder deu o peido mestre. O baril fez aquele sinal que não engana ninguém. Mão no pescoço atravessada. Mais um para casa, pensamos nós.

Tiago entrou em acção e disse em voz alta. “ a cena está partida”. Partiu-se uma rótula da manete de mudanças. O Hélder, já batido na cena, disse logo “não vamos perder mais tempo, vamos já para a oficina mais perto”. Como a mota tinha a terceira metida, foi a rolar sem problema por estrada até Sabóia.

 

Lá encontramos um psedomecânico de mãos nos bolsos. “eu não mexo ai”. Boa, pensamos nós. “então qual o mecânico mais perto” perguntou o Helder. “S.Teotonio”, diz o senhor.

Nem esperamos mais um minuto. Eram 35 kms por estrada.

Foi uma curte estes 35 kms. Enquanto o Helder estava todo marado, os outros Riders faziam “figuras” artísticas durante o caminho. Era SupeMen, eram aviões, eram conversas afiadas dois a dois. Enfim, os 35 kms passaram num instante.

 

Chegamos a S.Teotonio e lá estava um concessionário Yamaha à nossa espera.

“Boa tarde, eu sou Tiago, Engº na Yahama Portugal, chame-me sff o responsável”.

Apareceu um homem super simpático, amante das quatro rodas.

“vamos já tratar disso”. Enquanto o Helder rezava para que tudo corresse bem, já Jorge, Tiago, Nuno, Luís, mancavam uma boazona na loja/bar na frente do concessionário.

“Ora vamos lá ver o material”.

 

Estão a ver um café que vende latas de atum e copos três?. A paisagem era essa, mas com uma boazona ao balcão a servir e ao mesmo tempo a fumar.

Enquanto uns controlavam os seus airbags imponentes, outros viravam-se para as sandes mistas.

De repente apareceu o simpático dono do concessionário da loja Yamaha. “É por conta da casa”. Todos ficamos admirados. Sinceramente acabamos por dizer “já não existem pessoas assim”. Só ficamos sem saber se a boazona também era por conta da casa, se assim fosse ainda de certeza teriamos amigos nossos em S.Teotonio a esta hora.

 

A mota estava pronta e a conta foi paga pelo concessionário.

O sorriso do Helder era de orelha a orelha. Estava pronto para recomeçar a Trip.

Resolvemos ir ver o Mar. De S.Teotonio à Zambujeira eram sete quilómetros e o Jorge disse que sabia um trilho espectacular junto ao mar até Vila Nova de Milfontes.

 

Chegamos rapidamente à maravilhosa Zambujeira. Paisagens brutais. O cheiro a mar alegrou a alma de todos.

O que o Jorge disse, realizou-se. Um trilho de outro mundo da Zambujeira até ao Cabo Sardão. Com aquele sol, nem apetecia andar. Só apetecia mesmo era colocar o animal de molho.

 

O andamento foi muito lento para aproveitar ao máximo a loucura daqueles trilhos mágicos.

Mas foi a partir desse momento que a Polaris do Nuno começou a dizer que tinha problemas renais.

Como quem não quer a coisa a mota ia abaixo. “hummmmm….” Pensamos nós.

 

Mais uma para a assistência em viagem. O problema é que ele não tinha assistência em viagem.

Depois de verificar, era o filtro de ar, todo entupido. Depois de soprar e de fazer mais umas cenas a mota estava pronta a andar.

Junto ao mar, enquanto estávamos parados, apareceu uma “auto-sanduíche”. Daquelas auto caravanas cooolllls, cheios de Rastas lá dentro. “vai uma passa?”.

 

Nuno respondeu. “Estou farto de snifar pó. Estou cá com uma moca”.

Depois do trilho maravilha, chegamos ao Cabo Sardão. Do Cabo Sardão, até Almograve, resolvemos fazer um pouco de Trail e cultivar umas batatas. Andamos um pouco perdidos e entramos numa herdade enorme. Não foi fácil superar trilhos onde os tractores lavraram, mas com paciência conseguimos sair de lá.

Com a chegada a Almograve o estômago gritou “Estou com fome”. Paramos para o mítico Bitoque.

 

Depois do almoço e de estar um pouco ao Sol, arrancamos na brasa até Vila Nova de Mil Fontes. Passamos a ponte e decidimos ir abastecer. Jorge ficou de olhos em bico, quando viu um casal de Bikers e os seus atrelados a fazerem uma Travessia. “que saudades ….”

 

Decidimos que iríamos regressar ao track original e ainda bem que o fizemos.

Foram dos quilómetros mais divertidos da MegaTour. Um misto de trilhos, ora rolantes, ora técnicos. Ora era a subir radicalmente, ora era estupidamente a descer, a verdade é que foram horas de puro divertimento e sem problemas mecânicos, até que a mota do Nuno se queixou outra vez. Já era quase de noite quando resolvemos parar numa fábrica qualquer. O Tiago e o Nuno foram lá dentro para que o filtro do ar fosse limpo à pistola.

 

Saíram lá directamente a correr direitos a um sobreiro. O Helder ficou admirado e comentou “ porque é que aqueles gajos se estão a esfregar no sobreiro”. Mas tarde víamos a saber que no meio de 100 homens lá na fabrica, foi uma miúda muita boa que os atendeu. A verdade é que depois de três dias a ver só homens e trilhos, qualquer coisa já parece uma Top-Model.

 

A mota ficou a 100%. A noite caiu e ainda faltam uns quilómetros para o objectivo.

Os trilhos continuavam espectaculares, mesmo de noite até que chegamos a Melides. Já estávamos perto. Depois de abastecer, rumamos por um estradão até ao Parque de Campismo da Praia da Galé. Helder a comandar o pelotão, rapidamente encontramos o que viria a ser a nossa cama.

 

Gostamos muito do aspecto do parque e das pessoas. Gostamos tanto que desde que chegamos até ir para a Casa de Madeira, demoramos uns bons 90 minutos.

A nossa Casinha de Madeira era uma maravilha. O Nuno ficou apaixonado e disse que iria trazer a Susana para uma noite de amor naquela casinha.

A casa tinha 2 quartos e uma sala. Um quarto com uma cama de casal onde dormiram mais uma vez o Helder e o Luís. Um quarto com beliches, onde ficaram o Jorge e o Tiago e na sala ficou o Nuno.

 

Depois dos banhos quentinhos, rumamos para o Restaurante, onde estava por 6 €, um jantar delicioso.

Estamos prontos para a loucura da Noite no Parque de Campismo. O Hélder tinha dito que a noite era uma loucura, só que se esqueceu que estávamos em Novembro.

 

O bar estava cheio, mas do ataque, não existia ninguém. Por isso alguns Riders viraram-se para o álcool.

Tivemos por ali uns bons minutos a recordar as nossas belas aventuras dos últimos dias. A conversa foi tanta que nos esquecemos das horas.

 

Alguns, ainda chateados por não encontrar ninguém do ataque, fez uma expedição pelo parque, à procura de alguém perdido.

 

De regresso à Casinha de Madeira, o cansaço era tanto que alguns já nem ouviram o Boa Noite da Fada do Sono. Adormecemos todos a pensar se realmente estávamos a sonhar com a loucura dos últimos três dias